TIC é a abreviação
de “Tecnologia da Informação e Comunicação”
O presente texto é
a anotação de alguns tópicos que foram comentados durante a “Convocação para
a Conferência Internacional sobre o Impacto das TIC na Educação”. O evento
ocorreu em 24 de agosto de 2010 no auditório da EAPE.
O título da
temática apresentada foi “Os desafios da informática educativa a partir da
experiência chilena”, exposta por Didier de Saint Pierre (Diretor do
projeto Enlaces – Ministério da Educação do Chile) e debatido pelos demais
participantes Dilmeire Sant’Anna (PUC-PR), Adauto Cândido Soares (UNESCO) e
Rogério de Paula Barbosa (UNESCO).
A discussão
iniciou-se a partir da observação de que hoje o acesso às TIC por parte
das crianças e dos adolescentes é muito maior que a alguns anos atrás e
que essa imersão condiciona um comportamento diferente em relação ao das
crianças do passado. As crianças de hoje, conforme, o que foi exposto tendem a
apresentar um comportamento voltado ao desempenho de múltiplas tarefas
simultâneas. O que muitas vezes não condiz com o modelo procedimental de ensino
utilizado tradicionalmente na escola. Dessa forma levantou-se a questão se o
uso das TIC seria uma solução adequada à resolução desse problema. Contudo
relatou-se que, para uma mudança efetiva, não seria suficiente o
simples uso das TIC, mas um repensar do próprio espaço pedagógico e da
organização das salas de aula…
Ao longo da
exposição, falou-se que as TICs seriam apenas um meio para se
atingir determinado objetivo (desenvolvimento de competências e habilidades
adequadas aos desafios da sociedade contemporânea). E, em relação à compreensão
desses objetivos, foi levantado a questão dos cursos de formação de professores
que não acompanhou todo o processo de mudança, em suas respectivas grades
curriculares, de forma a capacitar, desde a graduação, os docentes
recém-formados. Verificou-se que tal inadequação leva o professor a ter de se
reciclar e buscar algo que muitas vezes pode parecer novo e que demanda esforço
e gasto significativo de tempo. Em virtude disso, foi falado também da falta de
vontade de parte dos docentes em estar buscando uma formação continuada e
verificou-se, contraditoriamente, que o sucesso de muitos projetos devem-se à
vontade de outros docentes que encararam o problema da formação de frente e
buscaram suplantar suas dificuldades.
Foi comentado
também a respeito da falta de continuidade, devido às mudanças de governo, nas
políticas referente a essa temática. No Chile, a continuidade de 20 anos de
governo facilitou bastante o bom andamento da implementação das TICs no campo
educacional.
Foram expressos os
pilares para a educação tecnológica de qualidade:
Infra-estrutura,
computadores em sala de aula, salas de informática, celulares, máquinas
fotográficas, câmeras digitais, lousas sensíveis ao toque, projetores…
Formação
profissional, conhecimento de estratégias pedagógicas que favoreçam a
construção colaborativa de conhecimento e o pensamento crítico dos alunos,
domínio dos mais variados meios tecnológicos…
Contextualização,
desenvolver conteúdos adequados ao contexto geral do aluno tendo em vista que o
trabalho com TICs não deve ser desprovido de objetivos claros (assim como
qualquer trabalho pedagógico)…
Por fim,
verificou-se que exitem duas tendências de abordagem do uso das TICs na Educação.
A primeira seria o uso das novas tecnologias para o fazer docente (uso
de lousa sensível ao toque, uso de um computador pessoal para montar atividades
ou pesquisar assuntos para serem trabalhados em sala, uso de câmeras
fotográficas, celulares ou qualquer outro recurso para facilitar o processo de
transmissão/construção do conhecimento). A segunda forma de abordagem seria o
professor enquanto educador de um aluno que utiliza novas tecnologias (nesse
quesito o professor estaria trabalhando temas diversos relativos inclusive à
ética e ao uso racional, ou responsável, da tecnologia. Poderia abordar, por
exemplo, questões relativas a pirataria, software livre e liberdade de acesso e
propagação do conhecimento, sexualidade, pedofilia, pornografia, racismo entre
outras coisas.). A segunda forma de encarar a inserção das TIC na educação
certamente é mais desafiadora e exige melhor preparo…
Fonte: WordPress.com weblog
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